sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Malak




Mantenho-me no céu, nas árvores, e deito-me na erva do pôr-do-sol com os leões de juba negra, disforme no repouso, enquanto recordo a ânsia atávica do caçador. De manhã moscas verdes cobrem-me os olhos e entram-me na boca aberta, como o faziam de resto com os búfalos em que imprimia uma pegada de criança. Ao meio dia emano do ar aquecido, etéreo e semelhante a um chilreio. Os olhos brilham-me, como luas amarelas, e os cascos das colinas ardem. 

André Consciência

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